5.28.2014

Réplica, tréplica: os candidatos à presidência e o Facebook!

2014, reta final do mês de maio, o País está eufórico! A Copa do Mundo da Fifa se aproxima. Alguns brasileiros demonstram suas insatisfações nas diversas manifestações que rolam em todo o Brasil. Outra parcela da população é a favor à realização do mundial e se cala à espera do espetáculo. E ainda há os que pouco se importam com todo esse furdunço e querem mais é se enrolar nas cobertas e curtir o friozinho que faz por aqui.

Algumas ruas já estão pintadas de verde e amarelo. Outras estão pintadas com palavras de ordem. Todo mundo por aqui só fala nisso. As marcas entoam cânticos patrióticos, os jornais exploram e questionam os gastos para a realização do evento, as pessoas comentam, curtem e compartilham conteúdos ao léu. Mas pera aí! De quatro em quatro anos sempre rola essa movimentação, certo? Mas de quatro em quatro anos também não rola algo tão quão (senão mais) importante por aqui?

Eleições, companheiros! Aquele momento em que você se sente parte importante da máquina democrática. É ali que você faz suas escolhas e, quem sabe, contribui para mudar – ou manter – as direções do nosso País. Mas como esse é um blog para falar sobre comunicação e não política, não cabe a nós discutir quais são as melhores propostas, os melhores candidatos, os melhores partidos. Hoje estamos aqui para falar explicitamente sobre as estratégias de comunicação digital no Facebook adotadas pelos presidenciáveis.


Depois de Barack Obama, em 2008, as estratégias políticas não foram as mesmas. É obvio que com o advento das mídias sociais e o seu crescimento constante, os partidos e candidatos passaram a utilizar desses artifícios. Naquela época o cenário era bem diferente: tínhamos plataformas menos interativas, o compartilhamento de conteúdo era reduzido, entre outras limitações. Ainda assim, o então desconhecido candidato estadunidense conseguiu eleger-se, inovando de uma vez por todas a comunicação no universo político.

Vejamos o nosso cenário atual no País. Temos três fortes candidatos à presidência, são eles: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Ambos estão fortemente presentes no Facebook, alguns com estratégias mais ariscas, outros na retaguarda, alguns com uma ampla linha editorial, outros que apresentam conteúdos mais restritos.


Começamos pelo número de “curtirs” em cada fanpage: o candidato Eduardo Campos obtém o maior número de likes em sua página, são cerca de 950 mil. O interessante é pensar que ele detém apenas 11,8% das intenções de votos (segundo dados do portal IG). Seria a maior parte dos cyberfans composta por jovens ativistas da internet? Pessoas que acompanham o dia-a-dia das mídias sociais, curtem e compartilham conteúdos, e querem um rosto novo na política brasileira? Ou quem sabe são motivados pela sua vice, Marina Silva, que tão bem utilizou as mídias sociais nas últimas eleições? Talvez esse raciocínio seja complementado pelo fato do perfil da Dilma ser o menor em número de fãs, mas ainda assim ela é a candidata com a maior intenção de votos. Ou seja, muitos de seus eleitores não estão presentes no Facebook, mas representam grande parte da população brasileira. De qualquer forma, nesse aspecto é ponto para o senhor Eduardo Campos!

Agora vamos pensar no quesito conteúdo. Levando em consideração que a Dilma está na posição da situação, tendo que defender seus quatro anos de projetos e 12 anos de partido no poder, sua postura é bem fechada. Raramente ela ataca seus oponentes nos posts, e tudo isso por uma razão óbvia: ela não tem pontos políticos a apontar o dedo e julgar. Sendo assim, ela trabalha (e muito bem, tanto em redação quanto em layout) temas mais amenos, como Copa do Mundo, perfil dos jogadores da seleção brasileira, rankings nos quais o Brasil está bem posicionado, depoimentos de eleitores, etc.


Já os outros dois oponentes adotaram uma postura diferente. Pelo fato de representarem a oposição, eles veementemente criticam os projetos da candidata Dilma e, vez ou outra, citam datas importantes de celebridades brasileiras, como a data de aniversário da Irmã Dulce (presente no perfil dos dois candidatos, que usaram exatamente a mesma imagem, flipada). A diferença entre eles é que o perfil do Eduardo Campos é melhor trabalhado em relação à redação – que é bem mais envolvente na abordagem – do que do candidato Aécio Neves, que constantemente publica posts longos e cansativos. Além disso, ambos trabalham com modelos de layouttags e hashtags da candidatura, mas ainda assim conseguimos ver uma constância maior na página do Eduardo Campos.


Analisando agora o engajamento dos usuários, nota-se que o perfil do Aécio Neves é muito mais ativo e detém sucesso sobre os outros. Seus likes, compartilhamentos e comentários superam os dos outros concorrentes de maneira relativamente tranquila. Talvez esse furdunço todo esteja relacionado ao fato dele ser o candidato que mais agride a atual realidade brasileira, fazendo com que os brasileiros insatisfeitos com a atual presidente passem seus conteúdos à frente.


Da minha análise posso entender que ambos os candidatos utilizam de maneira interessante à plataforma, mas ainda assim são propostas muito similares. Até aqui ninguém inovou completamente e conseguiu se destacar dos outros. Em suma, estão utilizando o feijão com arroz de sempre.

Então cabe aqui uma sugestão: a página Dilma Bolada (ok, sabemos que é um conteúdo humorístico, que poucas vezes entra na política e blábláblá) poderia ser uma boa oportunidade para os candidatos aumentarem sua popularidade. E digo disso tanto para a atual presidente, quanto para os seus oponentes. A veia humorística é característica do brasileiro, cabe a eles inovar e quebrar algumas regras!


GUILHERME Azevedo
Assistente de Criação da LB Comunica,
violonista de 7 cordas, sambista e palmeirense

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